quarta-feira, 22 de julho de 2015

Baile de galo

Lá vai ele ciscando em torno da vida alheia como quem estivesse a passeio. Sem timidez aumenta o tom da voz aqui, dá uma esporada acolá... Isso! Estufe o peito e se faça de pomposo. Até onde quer ir tão emplumado? Baile de galo? Rinha de galãs? Aproveite e treine seu andar de glória enquanto ignora as titicas que deixa pelo caminho. Você é confiante! Pode gritar alto e desafinado dentro do cercadinho. Deixa que consigo sentir vergonha suficiente por nós dois! 

Não repare muito em volta porque o ego tem perna curta e você não pode dar terreno! Já pensou se aquela galinha está mesmo à toa e não lhe balançando o rabo?! Mas não... Não existe essa possibilidade. Não é, Garnizé?! As galinhas, coitadas... são só galinhas. Olha lá, Zé! Olha com atenção! Bico pra baixo e cu pra cima... vai ser o quê? Esporada ou galanteio? Já até te vi cantar que sentadas no pau elas são mesmo as donas do galinheiro. Mas claro, sem menosprezar, aliás, valorizando muito a importância de quem foi abençoada pelo dom de botar ovos. Afinal, você gosta mesmo é de viver rodeado de pintos. Ou não? 

Ah, galo de briga... essa sua linhagem vem de longa data! Família tradicional que te enche de orgulho! Pensei em contar que morreram na panela e não na guerra, que era molho pardo e não farda, mas deixa... que galo que cacareja ilusão merece o destino que vem. 


Foto minha retirada no Pq. da Água Branca






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